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FÓRUM 2: DRAMATURGIA E POLÍTICA

Mediação: Juliana Leal

Data e hora: 9 de novembro, quinta-feira, das 16h às 18h

Local: Auditório A104 - CAD2

O objetivo do fórum Dramaturgia e política é discutir a potência desarticuladora e desafiadora do político na cena teatral, na performance e/ou nas práticas corporificadas latino-americanas contemporâneas. Discuti-la enquanto via interrogante no enfrentamento de forças que tensionam apagamentos culturais e silenciamentos de vozes pelas vias da opressão, do conservadorismo, da misoginia, do racismo, da homofobia, etc., particularmente presentes no cenário mundial atual. Cenário marcado por um retrocesso democrático e humano que rasura ainda mais a cartografia político-social latino-americana, resultante, segundo Hugo Achugar, de uma relação fraturada entre passado, presente e futuro, “conseqüência das ditaduras recentes, de séculos de reiterados traumas históricos”[1] e, acrescento, de uma conjuntura política atual marcada por retrocessos que avançam a passos largos. Ao fazer isso, pretendemos dar visibilidade às dramaturgias, conceito entendido aqui a partir da ideia de composição ou colagem, que deliberadamente interrogam a realidade circundante, pelas vias de uma experiência emancipatória[2] que superem um fazer/prazer puramente estético. Dramaturgias que emanem tensões que favoreçam um despertar para a consciência da realidade que nos rodeia que, segundo Cortázar, “continua em grande parte virgem de toda indagação”[3]. “Somar-se a elas numa luta comum pelo presente e pelo futuro da América Latina”[4] como possibilidade de resistir para seguir existindo.

[1] ACHUGAR, Hugo. Planetas sem boca: escritos efêmeros sobre arte, cultura e literatura. Tradução de Lyslei Nascimento. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2006. p. 298.

[2] RANCIÈRE, Jacques. O espectador emancipado. In: O espectador emancipado. Tradução de Ivone C. Benedetti. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2012. p.7-26.

[3] CORTÁZAR, Julio. Aulas de literatura, Berkeley, 1980. Tradução de Fabiana Camargo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015. p. 304.

[4] idem, p. 301.

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